Luís Simões, travel sketcher around the world
Bahia Concha
No dia em que chegamos apeteceu-me apenas contemplar a baía. Perceber os costumes dos locais, o estilo de vida da praia e claro, passar uma boa parte do tempo dentro do mar do caribe. O desenho ía-se fazendo dentro de mim. Desenhar tudo o que me rodeia, é cada vez menos uma prioridade. O mais importante é viver o que tenho à minha frente.
Nessa primeira noite começou a chover ao fim do dia. Resguardamo-nos na tenda mas o calor era tanto e tão húmido, que resolvemos jantar fora da tenda. Má opção. Se dentro da tenda transpiramos que nem cascatas, fora da tenda os mosquitos sugam-nos o sangue!
Voltamos para dentro da tenda depois de comermos e tivemos uma luta para matar os mosquitos. A chuva nunca parou e os relâmpagos aclaravam a noite húmida e escura. Tivemos um gato que se abrigou na nossa tenda, um caranguejo que esgravatava para se esconder da chuva e muito, muito vento. Não deu para dormir nada de jeito. Aquilo que prometia ser uma noite romântica, teve tudo menos isso. Felizmente quando a madrugada chegou e a chuva acalmou, o tempo também ficou mais fresco.
Ficou claro que no meio de tanto desconforto, a tenda deu-nos bastante confiança para noites de temporal. E ficou claro também, que a fazer um desenho, seria dessa mesmo memória.