Luís Simões, travel sketcher around the world
Bogotá, Colombia
Era o meu segundo dia em Bogotá e o meu amigo David Filipe, colombiano que conhecemos através do “couchsurfing”, acompanhou-nos na primeira visita ao centro. Entre autocarros gratuitos e um “transmilenio” (transporte local) de 2000 pesos (0.60€), chega-se à estação de Las Aguas. Daqui temos caminha-se ao até centro de forma tranquilo.
La Candelaria
Juntou-se um primo de David e mais duas amigas de Medellin, comemos uma fatia de pizza e de seguida percorremos a rua La Candelaria. A rua tem tons latinos, cheias de emocionantes cores e mensagens. As lojas bem cuidadas, alimentam a curiosidade e fazem-me espreitar. Soltam-se “Holla buenas tardes” e convidam-nos a entrar. Bebemos uma Chicha (sumo fermentado com álcool) e seguimos para a praça central. Aí ficamos um bocado e depois seguimos para a Catedral Primada de Colombia. Essa foi a primeira passagem pela La Candelaria, mas tinha ficado o desejo de lá voltar e fazer pelo menos um desenho.
Um desenho
Acordamos cedo para chegar a horas de pouca gente pelas ruas. Calculamos que até seria mais seguro se chegássemos às 9 da manhã. Fizemos o mesmo percurso de autocarro até à estação Las Aguas e caminhamos para a rua mais popular de La Candelaria.
Pelo caminho encontramos uma grupo de turistas com um guia, que lhes explicava a historia das lojas, casas e estátuas. Juntámo-nos até chegarmos à entrada que eu queria desenhar.
Desconforto
Escolhi esta rua por ser uma das mais populares e coloridas ruas que passei. E também porque foi a que me deu mais alma. Durante o desenho tentei dar enfoque à inclinação que rua tem e composição meio desarrumada. Não me senti com medo enquanto desenhava, porém estava bastante exposto a passagem de pessoas e isso deixava-me desconfortável. A Anisa, enquanto tirava fotos, fazia de guarda costas e, embora estivessem 2 polícias armados à minha frente e isso pudesse dar alguma segurança, havia algo que me mantinha sempre em alerta.
Apesar dos olhares, nunca fui abordado por ninguém nem houve nada que me fizesse estar tão alarmado. Talvez a minha consciência. Talvez o facto de estar mais que avisado em não confiar e não me expôr. Talvez por isso tudo e mais uns filmes e series que vi, não me tenham dado a liberdade para desenhar mais.