Luís Simões, travel sketcher around the world

Mongólia
Tinha escrito sobre a Mongólia em Novembro de 2013, mas hoje voltei a vasculhar os meus cadernos e apeteceu-me partilhar as páginas do caderno. O que mais me lembro (com distância) de Ulaanbaatar foi a chegada de combóio com um grupo de portugueses que trazia comida que eu já não via, nem saboreava, há muitos meses. As cabines do transmongoliano variavam de classe para classe e eram todas muito simples. O cheiro era de caminhos de ferro, carpete antiga, a casa de banho, ou se as janelas estivessem abertas cheirava à natureza.
Durante a viagem de Irkutsk (Rússia) até Ulaanbaatar, houve várias parágens nos apeadeiros. Umas mais longas que outras. Durante esse tempo, dava para comprar alguns nuddles instantaneos, batatas-fritas, bolachas… tudo coisas que os locais vendiam com o preço alto, para quem quisesse matar alguma fome.
Os hosteis são o local ideal para se programar visitas ao deserto do Gobi, ao lago Khovsgol ou à zona centro. Por norma, é fácil arranjar companhia entre outros viajantes para dividir o custo do aluguer das carrinhas e refeições. O meu grupo era composto por 6 mulheres e 6 homens. Fomos em 2 carrinhas e o desconforto era imenso…
Numa das primeiras noites a caminho do lago Khovsgol, fomos apanhados por uma tempestade! A nossa guia levou parte do grupo para uma tenta nomada, para estarmos mais seguros. A luz dos relâmpagos que passavam mesmo por ali, iluminavam toda a tenda. Eu tive a sorte de dormir na tenda com os mongóis, mas acredito que não tenha sido uma noite fácil para quem ficou nas tendas lá fora.
Este era o cenário dentro das míticas carrinhas. Havia pouco espaço, era desconfortável, o que podia ser fácil de suportar não fosse a quantidade de horas que passamos dentro delas. Para matar o tempo, jogávamos às adivinhas, falávamos uns com os outros sobre as nossas viagens e claro, tirávamos fotografias.
Sempre tive a curiosidade de saber como seria o deserto? …digamos que o deserto do Gobi não me surpreendeu por ser uma deserto a perder de vista. O que mais adorei foram as noites em que se conseguia ver o céu todo estrelado e andar de camelo, que se revelou ser bastante fácil de “conduzir” e correr. Viajei durante um mês, aproximadamente, e foi um dos melhores países onde já estive. Em caso de dúvida a resposta é “vão!!”