Luís Simões, travel sketcher around the world

Desenhar em Monsaraz, Portugal
O dia começou bem cedo em Monsaraz, com o cantar desarrumado dos pardais que com alguma facilidade me conseguiram acordar.
Quando cheguei ao “Café Sem Fim” conheci em primeiro, dos que tenho perseguido pela internet, o José Louro. Um sorriso na cara, uma caneta de tinta permanente e o seu caderno. Foi assim que o esbocei num par de segundos. Ouvinte, conversador e atento. Falei-lhe do meu projecto ao que achou interessante e deu-me confiança para continuar.
Depois de algumas trocas de palavras, aparece o segundo do elenco, o João Catarino. Ar descontraído, caderno fora de formato, um saco recheado de pincéis e uma natural felicidade que contagiava qualquer pessoa. Desta vez já não foi preciso apresentar-me, o José, no seu jeito empolgado disse: “Este é que é o Simonetti!” e o João ainda meio perdido na surpresa da frase disse: “julgávamos que eras uma mulher…”, pelo menos e por algum motivo já conheciam o nome, pensei eu, mas continuou “é que há uma mulher com o nome Simonetta que também está no Urban Sketcher e julgávamos que eras tu”.
A internet tem destas coisas, mostramos o que nos apetece e parece percetível, mas as mensagens são sempre interpretadas por cada um à sua maneira, tal como se fosse uma galeria de arte, mas de fácil acesso.
Entre a troca inevitável de elogios, expliquei que estava ali com uma missão. E se antes o José já me tinha dado apoio, o João ainda foi mais esclarecedor: “este homem é o futuro disto pá!”. E ali estava eu. O Louro à minha direita confirmando com a cabeça o que o Catarino, à minha esquerda, ia dizendo com os seus gestos. Tudo aquilo me preenchia e justificava a minha viagem. A meio chega o Eduardo Salavisa de quem tanto se fala ultimamente. Desta vez foi o João Catarino que me apresentou. Falámos mais um pouco das minhas ideias e do livro do Eduardo, “Diários de Viagem”.
A hora do início do encontro estava atrasada e juntaram-se os restantes membros do elenco, o Pedro Fernandes e o Pedro Cabral, julgava eu que eram os últimos, mas mais tarde vim a conhecer a Mónica Cid e a sua engraçada timidez.
A conferência em Monsaraz começou.
No fim foi lançado o desafio de irmos todos desenhar para a vila de Monsaraz. E assim foi. Por volta das 17h30 regressámos todos ao café “Sem Fim”. Espalharam-se sketchbook’s pela mesa e vimos como cada um soube saborear a tarde na vila que estava repleta de turistas e o sol nos acompanhou calorosamente.
Ao fim da tarde e de regresso a casa com o sketchbook mais completo fica a vontade de estar com esta gente, conhecê-los melhor e até quem sabe, viajar com eles. Passamos tempos tão sozinhos a desenhar que quando encontramos alguém que está algures com um bloco e uma caneta na mão dá-nos vontade de conhecer tudo… imaginem como me sinto depois de conhecê-los.
Obrigado a todos pela simpatia que, sem excepção, vos caracteriza.












