Luís Simões, travel sketcher around the world

Dinamarca
Ribe – 14 Junho 2012
Ribe é a cidade mais antiga na Dinamarca e foi a primeira paragem pela Escandinávia. As históricas casas inclinadas, convidam a olhar com mais atenção e escutar o que querem dizer. Em pleno Euro 2012, a rua principal, onde fica todo o comércio tradicional, existem bandeiras e camisolas da Dinamarca em tudo o que é loja. Decide-se hoje quem passa a fase de grupos e há jogo entre Portugal e Dinamarca. Destemido ou inconsciente, meto-me num de dois bares, porque Ribe é demasiado pequena para ter mais, e lá assisto ao encontro. Bar esse, que está repleto de dinamarqueses, cerveja e fumo de tabaco. A coisa corre de feição para Portugal e ao intervalo já levamos 2 de avanço. Nervosos e ensopados em cerveja, é visível o desconforto do resultado no ainda esperançado semblante de todos os que preenchem o bar Strygejernet.
Todos menos eu, que com dois golos no bucho, a identidade já havia sido revelada. Ainda assim, sorriam-me e pagavam-me cervejas. Não estivesse eu numa cidade bastante civilizada. O jogo começa e lá continuo sentado nas escadas que dá acesso ao piso superior do bar. O desenho chama atenção de quem passa por mim. Um golo para a Dinamarca e soltam-se os primeiros festejos, conscientes que ainda perdem por um, já me encaram como quem diz que a coisa ainda vai correr mal para mim.
Confiante de que hoje é o meu dia de festejar, surge o segundo para os da casa. É a loucura. Saltos, encontrões, cerveja por todo o lado, berros, cadeiras no chão, mais berros e no fim o cântico de incentivo à vitória. Todos, incluindo eu, bebemos um “shoot” típico. Embrulhado naquilo tudo, qualquer resultado era bom. Sinto-me entre amigos e se eles ficam satisfeitos eu também. Entre pinceladas, Portugal marca o terceiro e mete outra vez a minha selecção a ganhar. Solto um grito de entusiasmo, algo apressado, porque gosto de sorrir com os dentes todos e ali já deu para perceber que os meninos comem feno ao pequeno-almoço, apesar de dóceis. No final vem o reconhecimento pela vitória e um aperto de mãos «Bom jogo, jogaram melhor e mereceram ganhar.»
Mas também existem mulheres por ali e atrevidas. «O que é que fazes aqui? Ah estás a desenhar! Deixa ver… que giro! Mas porque é que estas aqui sozinho, podias estar ali connosco?!» diz-me Katrine. Loira de olhos azuis, com uns óculos de massa negros, como é comum por estes lados, com uma grande acentuação americana no inglês.
Anker é a amiga, de características semelhantes, difere somente no atrevimento. Katrine, destravada, pega-me na mão e lá me leva para uma noitada de boa companhia, conversa, cerveja e jogos. «Não queres almoçar connosco amanhã?» perguntam-me elas. «Teria todo o gosto mas não posso gastar dinheiro em restaurantes. Sou um viajante de pouco orçamento.»
Riram-se e de resposta pronta «então programamos um piquenique em conjunto num parque e assim não gastas dinheiro, que dizes?». Dito e feito. Uma companhia agradável para começar da melhor maneira a minha entrada na região das loiras… perdão, da Escandinávia.
Copenhaga – 21 Junho 2012
Depois de várias pequenas paragens pela Dinamarca, entro em Copenhaga por uma ponte a perder de vista. Uma estrada sobre o mar. Dos lados, o azul, escuro e claro, terminam no infinito. Uns quantos barcos protagonizam a panorâmica. Após dez minutos de uma vista fantástica, o preço a pagar são 350 kronas. chego à Capital num estupendo dia de verão. Por aqui encontro amigos do tempo da secundária, que a internet nos punha a par das notícias, mas nada que substitua a um bom abraço.
Mostram-me a cidade como a conhecem. Entre monumentos, praças, pontes, casas e pessoas é difícil focalizar a minha atenção aos diversos apelos sensoriais. Copenhaga cativa-me pelas cores, pelas bandeiras esteadas, pelas bicicletas, pelas miúdas lindas de morrer que me oferecem sorrisos, pelos parques, praias e bares. Por com 20 kronas, equivalente a 2 euros, fica-se com uma bicicleta à disposição para percorrer tudo o que é canto em Copenhaga. Um luxo. No fim, é só deixar num dos vários locais de recolha e retirar a moeda. Demasiado simples e funcional, mas é verdade.
«As cidades deviam ser assim! Com esta luz, boa disposição, bicicletas, civismo e ..
…acompanha o resto da história e sketches na revista Visão Vida e Viagens de Agosto!.
Hey! é bem mais pequena, a sereia!!!! :))))))))))))))))))))))))
Olá, Luís!
Finalmente arranjei tempo para me actualizar…!
As tuas crónicas continuam fantásticas e os teus sketches absolutamente deslumbrantes!
Parabéns e continuação de boas viagens!
Clara
Viva Luís! Tudo bem?
Os meus colegas de trabalho gostaram muito dos desenhos da Dinamarca. 🙂
Não está a faltar o de Nyhavn? Está fabuloso!
Continuação de boa viagem e de óptimos desenhos,
Rita
P.s.- cuidado com as loiras.
Olá Rita, não coloquei porque é exclusivo da Revista Visão Visa e Viagens… talvez no futuro! Obrigado e beijinho grande!
PS: a Loira já me agarrou 🙂