Luís Simões, travel sketcher around the world

Lituania
Vou pregado à janela do autocarro a ver se os vejo. Há mais de 3 semanas que estamos longe e à medida que a distância se encurta, mais aumenta a emoção em dar-lhes um abraço. Não tanto pela falta que me fazem, mas pelo que significa estarmos juntos nisto. «Dentro de momentos chegamos à estação central de Vilnius. Confirmem que recolhem os vossos bens. Agradecemos a vossa escolha dos nossos serviços e esperamos que tenha feito uma agradável viagem connosco.» diz o condutor num inglês manhoso.
Estão ali, ahah! Para não variar, o meu pai de máquina na mão pronto a guardar o momento e a minha mãe já de lábio a tremer, pronta a chorar.
“Caraças, só passaram meia dúzia de dias e parece uma eternidade!”
diz a minha mãe num abraço comovido.
“…verdade, imagina quando for para a Ásia como vai ser?!” digo eu.
A minha mãe franze a cara e olha para o outro lado, segurando as lágrimas.
«Então pá, dá cá um abraço! Portaste-te bem ou quê? Estas bom?» pergunta o meu pai, ainda de video ligado.
Foi bom reve-los satisfeitos e com mil coisas para partilhar. Já disse aqui e repito que não sou uma pessoa saudosista, mas os bons momentos desta viagem, já fizeram as suas marcas e obrigou-nos a uma partilha inesquecível. Significa ainda, estar com quem me conhece, fala a mesma língua e larga gargalhadas expontâneas.
Vilnius
Chouriços, orelha de porco, carnes e couves cozidas com molhos envinagrados, pão e muita cerveja a bom preço. Insufláveis, com putos aos saltos, todos eles loiros, todos transpirados e com as bochechas rosadas. Três palcos temáticos com música ao vivo e gente ao magote para os ouvir. Barracas e barraquinhas com tudo o que é para consumir em Vilnius. Cerveja produzida de pão, doces do mais variado aspecto e sabor. Da enorme furgoneta, com uns rodados que me dão pelo ombro, saem às carradas, hambúrgueres e cachorros quentes. Um cheiro abundante a fritos e grelhados propaga-se por toda a avenida central.
Foi assim durante todo o fim-de-semana em Vilnius. No topo existem os vestígios de umas muralhas e, ainda mais para cima, uma cruz branca com a melhor vista panorâmica sob toda a cidade. Soube bem percorrer, na maioria das vezes, as ruas desertas onde facilmente encontrei motivos para desenhar.
Viva, Luís!
Que bom saber que a tua viagem vai sendo aconchegada por estes miminhos…! Devem saber tão bem…!!!
Abraço.
Clara
Gostei da entrevista da SIC, Parabéns e muita inspiração.
Abraço.