Passaram-se 3 anos de mundo, de desenhos e de experiências. Hoje existe um desafio diferente para além de "desenhar o mundo em cinco anos".
Sem dar conta disso, o Homem habitua-se depressa ao conforto e ao que dá menos trabalho. Especialmente se estivermos metidos naquilo a que eu chamo de sistema.
Vai daí lembrei-me, caneco porque não ir de Amesterdão a Montpelier à boleia.
Despejei toda a mochila e comecei a contar as t-shirts, roupa interior, calças, camisolas, tenis, cadernos, canetas, clipes, pincéis…
Um filho que motivou os pais para uma aventura. Uns pais que, perante o incerto, acreditaram nas asas do seu filho.
Após 5 meses em viagem, decidi abraçar o que a vida me ofereceu há 2 meses atrás, quando o meu coração se prendeu em Helsingborg.
Parti sem expectativas e com o enorme desejo de poder viver todos os dias uma folha nova.
O sol às nove horas já está tão desperto e quente, que nem penso duas vezes em pegar nos calções, chinelos e bicicleta para seguir em direcção ao prazer de livremente desenhar o que me apetecer...
No meio da agitação, há um rosto envergonhado que se destaca. Aproximo-me. Conheço a Ana. Tudo começa com uma simples pergunta: "como se tocam as castanholas?".